Reunido em sessão extraordinária, o Conselho da Federação (câmara alta do parlamento) aprovou o pedido apresentado pouco antes pelo presidente russo para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia, até à normalização da situação política neste país".
Putin pediu ao Conselho da Federação para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia" devido "à situação extraordinária na Ucrânia e à ameaça que pesa sobre a vida dos cidadãos russos, dos (nossos) compatriotas, das forças armadas russas destacadas na Ucrânia" e "até à normalização da situação política neste país", segundo um comunicado do serviço de imprensa do Kremlin.
A Rússia poderá utilizar a frota do país no mar Negro, que se encontra na Crimeia sob um acordo bilateral assinado entre Moscovo e Kiev, ou enviar outras tropas, que estão em território russo.
A presidente da câmara alta do parlamento russo, Valentina Matvienko, pediu ainda à Comissão de Negócios Estrangeiros do Conselho para solicitar a Putin que chame o embaixador russo nos Estados Unidos.
O vice-presidente do Senado, Iuri Vorobiov, tinha defendido na reunião a retirada do embaixador em Washington em protesto contra as declarações do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na sexta-feira, de que "haverá custos para qualquer intervenção militar na Ucrânia".
Declarando a preocupação dos Estados Unidos "com os relatos de manobras militares efetuadas pela Federação Russa dentro da Ucrânia", Obama reconheceu que a Rússia tem interesses e laços culturais e económicos com o país vizinho, mas considerou que qualquer violação da soberania e integridade territorial da Ucrânia será "profundamente desestabilizadora".
[Notícia atualizada às 16h26]