"Consideramos que as ameaças feitas à Rússia numa série de declarações públicas do secretário de Estado norte-americano John Kerry sobre os últimos acontecimentos na Ucrânia e na Crimeia são inaceitáveis", afirmou o Ministério numa declaração colocada na sua página na internet.
Moscovo acusou Kerry de recorrer a "clichés da Guerra Fria" sem se preocupar em compreender os processos complexos que estão a ocorrer na sociedade ucraniana.
Kerry não conseguiu "avaliar objetivamente a situação, que continua a deteriorar-se depois da tomada do poder em Kiev pela força por extremistas radicais", acrescenta a nota, citada por agências internacionais.
Moscovo acusa os Estados Unidos e os seus aliados de fecharem os olhos à "russofobia e antissemitismo evidentes" dos manifestantes da oposição que tomaram o poder em Kiev.
"Os aliados do Ocidente neste momento são abertamente neonazis que atacaram igrejas ortodoxas e sinagogas", afirmou o Ministério.
Kerry, que tem previsto deslocar-se a Kiev na terça-feira, advertiu a Rússia no sábado de que o envio de tropas para a Crimeia, no sul da Ucrânia, podia implicar a sua exclusão do G-8 e a aplicação de sanções internacionais.
Os outros membros do G-8 -- que é integrado pelos EUA, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão (G-7), mais a Rússia -- divulgaram uma declaração no domingo afirmando que a sua participação na cimeira prevista para junho em Sochi não está assegurada.
John Kerry acusou a Rússia de "violação" da "soberania" e da "integridade territorial" da Ucrânia, assim como das "convenções internacionais", ao decidir enviar tropas para a Crimeia, república autónoma da Ucrânia de maioria pró-russa.