"A câmara declara, por maioria, Germain Katanga culpado de cumplicidade em crimes ocorridos em 24 de fevereiro de 2003", afirmou o juiz Bruno Cotte.
Katanga foi declarado culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, mas ficou livre das acusações de violação, escravatura sexual e utilização de crianças como soldados no ataque.
A sentença de Katanga, líder único da milícia de base étnica da Força de Resistência Patriota em Ituri, cuja atividade se desenvolveu na região rica em minérios do nordeste da República Democrática do Congo, será proferida noutra audiência.
Este é o terceiro veredicto do TPI em dez anos e o primeiro que envolvia acusações de crimes de natureza sexual.
Conhecido localmente como Simba (Leão), Katanga, 35 anos, enfrenta há mais de quatro anos sete acusações de crimes de guerra e três contra a humanidade, pelo seu envolvimento no ataque à localidade de Bogoro em 24 de fevereiro de 2003.
Às primeiras horas da manhã daquele dia, a milícia, de base étnica lendu e Ngiti, invadiu e pilhou a localidade de Bogoro, de etnia hema, violou mulheres e matou numerosas pessoas.
Sessenta pessoas foram identificadas, mas muitas outras estão referenciadas, salientaram os juízes, enquanto a acusação apontou para cerca de 200 mortos.
A acusação pretendia que fosse condenado na qualidade de "coautor direto" do massacre, mas os juízes entenderam que não havia provas suficientes, embora tenham relevado o seu papel no fornecimento de armas.