"Nenhuma força, nenhum elemento, nenhum indivíduo na Guiné-Bissau pode ter a pretensão de que o que quer que faça para pôr em causa os resultados eleitorais pode passar sem consequências", referiu.
Ana Gomes falava à margem da contagem de votos das eleições legislativas e presidenciais de hoje, junto a uma mesa do bairro de Tchada, em Bissau.
Há dois anos, as eleições presidenciais foram interrompidas devido a um golpe de estado, ocorrido entre a primeira e segunda volta.
A eurodeputada não acredita que o cenário se repita, porque há maior atenção da comunidade internacional (com um número recorde de 400 observadores eleitorais no país) e há um novo contexto.
"Sabemos que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO] patrocinou o golpe de 2012, durantes as últimas eleições, mas agora a CEDEAO não pode fazer isso", sublinhou Ana Gomes.
A CEDEAO "está claramente amarrada pelas outras organizações internacionais" e "fez uma declaração a dizer que não patrocina mais golpes de estado, portanto, não há espaço nenhum para outra solução que não seja a que resulte do voto".
Ana Gomes acompanhou a votação em Bissau e nos arredores, destacando a "afluência imensa" às urnas e a "vontade de votar" dos eleitores.
"As pessoas estão cansadas da pobreza, do desgoverno, do retrocesso e têm esperança que isto [o voto] possa contar para mudar", destacou.
As urnas fecharam às 17:00, no primeiro escrutínio após o golpe de estado de 12 de abril de 2012, com 775.508 cidadãos inscritos nos cadernos eleitorais para escolher entre 13 candidatos presidenciais e 15 partidos a concorrer à Assembleia Nacional Popular.