Manuel Nito Alves acrescentou que os oito foram obrigados a subir para uma viatura da polícia quando tentavam entrar na base do monumento ao primeiro Presidente angolano, António Agostinho Neto, para se manifestarem a favor da transmissão em direto dos debates da Assembleia Nacional na comunicação social.
"Agarraram-nos e bateram-nos com porretes. Fomos deixados no Calumbo, no município de Viana e acusaram-nos de só querermos criar confusão em Angola", disse Nito Alves à Lusa.
Antes de serem deixados no Calumbo, que dista mais de 60 quilómetros de Luanda, os agentes da polícia ameaçaram de morte os oito jovens, acrescentou Nito Alves.
Antes da detenção, a Lusa testemunhou a presença de um forte contingente policial na Praça da Independência, com dezenas de agentes da polícia, incluindo efetivos da Polícia de Intervenção Rápida e de um helicóptero a sobrevoar a zona.
Nito Alves, de 17 anos, tornou-se a 12 de setembro de 2013 uma figura conhecida entre os meios da oposição ao regime ao ser preso pela polícia e acusado de "ultraje" ao Presidente José Eduardo dos Santos.
Em causa estava a impressão pelo ativista de camisolas que deveriam ser utilizadas na manifestação de 19 de setembro, e em que José Eduardo dos Santos era apresentado como "ditador repugnante".
Após dois meses de detenção, o menor viria a ser libertado em novembro, aguardando a marcação do seu julgamento.
A Lusa tentou obter um comentário da porta-voz da Polícia Nacional angolana, mas o comissário Aristófanes dos Santos esteve sempre indisponível.