Numa declaração, o Fundo das Nações Unidas para a Infância indica que o rapto de mais 11 raparigas no domingo no norte da Nigéria, atribuído ao grupo radical islâmico Boko Haram, "é um ultraje e um pesadelo para estas adolescentes e as suas famílias e vem também agravar a situação das mais de 200 raparigas que foram raptadas há várias semanas".
O anúncio dos novos raptos foi feito depois de o Boko Haram ter reivindicado o sequestro, a 14 de abril, de mais de 200 raparigas de uma escola em Chibok, igualmente no norte da Nigéria. O líder do grupo extremista, Abubakar Shekau, disse que as raparigas raptadas vão ser tratadas como "escravas", "vendidas" e "casadas" à força.
Para a UNICEF, "o facto de as adolescentes terem sido raptadas alegadamente para as impedir de frequentarem a escola é particularmente aberrante".
"A educação ocidental é um pecado" é o significado de Boko Haram em haussa, a língua mais falada no norte da Nigéria, e os fundamentalistas, ativos há cinco anos, têm realizado vários ataques a escolas, liceus e universidades, embora os sequestros em massa de adolescentes sejam um facto novo.
"A UNICEF apela aos raptores para que libertem imediatamente estas raparigas e pedimos encarecidamente a todos os que têm influência sobre os autores destes atos que façam tudo o que for possível para garantir o regresso das adolescentes às suas comunidades em condições de segurança -- e para que os raptores respondam perante a justiça", refere a declaração da agência da ONU.
A polícia nigeriana anunciou hoje uma recompensa de 50 milhões de nairas (215.000 euros) por informações que permitam encontrar as jovens sequestradas pelo Boko Haram.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na terça-feira que os nigerianos aceitaram o envio de especialistas norte-americanos, "militares, polícias e outros agentes, que, no local, procurarão saber onde as raparigas possam estar e ajudá-las", enquanto o seu homólogo François Hollande assegurou hoje que a França "fará tudo para ajudar a Nigéria a apanhar o grupo e a encontrar as reféns".