A Suiça é famosa pelos seus chocolates, relógios e canivetes mas também pelo seu ‘blindado’ sigilo bancário. E esta última característica parece estar à beira de mudar. Pressões externas levam autoridades suíças a abolir, em 2017, o seu sigilo.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) já havia sido uma das autoridades mais críticas da proteção que os bancos suiços concedem aos seus depositários. Mas se perante a instituição económica a Suiça mostrou abertura para cumprir com pouco mais do que os mínimos exigidos, com os Estados Unidos a situação foi diferente.
Após o 11 de Setembro, os EUA passaram a mostrar maior preocupação com esta questão, dada a possibilidade de financiamento de terrorismo passar por paraísos fiscais. A superpotência terá sido um fator essencial na assinatura suiça do FACTA (acordo para troca automática de informações fiscais), que entrou em vigor em janeiro deste ano.
Adianta o Expresso que as formalidades só deverão estar concluídas no outono, para entrarem em vigor apenas em 2017. A partir dessa data, todas as informações relevantes de juros e de vendas serão objeto da troca de informações entre administrações fiscais dos países da OCDE, dos quais faz parte Portugal. Saliente-se, no entanto, que este tipo de cooperação já tem sido possível em alguns casos.
A expectativa agora é que a pressão internacional se posa direcionar para outros centros financeiros, nomeadamente na Ásia, África e América do Sul.