Os 'intocáveis' ocupam o último escalão do sistema de castas que existe na Índia há vários séculos e divide a população em vários estratos sociais.
Os corpos das duas jovens - primas de 14 e 15 anos - apareceram, na quarta-feira, enforcadas numa árvore na localidade de Katra, num caso que provocou protestos dos vizinhos pela falta de ação da polícia, segundo a cadeia televisiva local NDTV.
A autópsia confirmou que as duas primas foram violadas e morreram enforcadas pelas mãos de cinco homens, perante a passividade da polícia, que durante horas se recusou a investigar o paradeiro das jovens, segundo os relatos de familiares.
A polícia não agiu até ao momento em que os vizinhos, que não permitiram que se retirasse os cadáveres para se realizar a autópsia, cortaram várias estradas para protestar contra a inação dos polícias.
Posteriormente, a polícia suspendeu dois agentes, deteve um dos supostos autores do crime e identificou ainda outros dois.
Os outros dois alegados autores do crime ainda não foram identificados, disse o oficial Man Singh Chauhan ao jornal The Times of India.
A Comissão Nacional para as Mulheres da Índia anunciou que enviou ao local um comité de investigação, para recolher informações e estudar a possibilidade de adotar medidas, declarou a sua diretora, Mamata Sharma, ao mesmo diário.
A violação e o assassínio de uma jovem num autocarro em Nova Deli, em dezembro de 2012, provocou protestos e um debate sem precedentes sobre a violência contra as mulheres na Índia, obrigando o Governo a endurecer as leis contra os agressores sexuais.
A nova lei estabeleceu a pena de morte se a vítima morrer ou no caso de se tratar de violadores reincidentes.
Quatro dos violadores da jovem morta em Nova Deli foram condenados à morte e, no princípio de abril, outros três jovens foram sentenciados à forca por serem reincidentes em casos de violação em Bombaim.