Um manifestante morreu depois de a polícia ter dispersado uma multidão enfurecida que exigia a recontagem dos votos da semana passada, adianta a BBC News.
No sábado passado, a presidente do Malaui, Joyce Banda, afirmou que a eleição tinha sido "nula e vazia" e decretou a realização de uma nova votação, o que desencadeou uma crise no país.
A Comissão eleitoral do Malaui tinha pedido um prazo de 30 dias para divulgar os resultados das eleições, mas o Supremo Tribunal recusou o adiamento do anúncio dos resultados eleitorais e pediu à Comissão que os divulgasse na sexta-feira.
"A lei é clara, não há nenhum alargamento" do prazo, afirmou o juiz Kenyatta Nyirenda.
Peter Mutharika, de 74 anos, é irmão do falecido presidente Bingu wa Mutharika, que morreu em 2012, tendo sido ministro dos Negócios Estrangeiros no seu Governo.
A decisão de Joyce Banda, que tinha cerca de 23% dos votos, de decretar a realização de uma nova votação desencadeou uma crise no país.
Joyce Banda, que disse que houve "irregularidades sérias" na votação, declarou que deviam ser feitas novas eleições dentro de 90 dias, mas adiantou que não se iria apresentar como candidata para "dar uma eleição livre e justa" aos cidadãos do país.
No centro de contagem de votos de Blantyre houve alguma confusão quando começou a circular a informação de que a votação tinha sido anulada, tendo a polícia ordenado o encerramento daquele centro de contagem.
Banda alegou que houve pessoas que votaram várias vezes, boletins de voto adulterados, oficiais de voto presos e que o sistema informático de contagem dos votos deixou de funcionar.
Os apoiantes de Joyce Banda afirmaram que o seu adversário, Peter Mutharika, que já está a ser acusado por traições pré-eleitorais, terá tido responsabilidade nestas irregularidades.
Mutharika rejeitou as acusações e disse aos jornalistas que "esta foi uma eleição livre e credível" e que as acusações "são infundadas".
"Espero que a Presidente abandone o caminho que seguiu. Como cidadãos, não devemos levar este país para o caminho da destruição e toda a gente devia permanecer calma até que os resultados sejam anunciados", referiu.
Os cerca de 7,5 milhões de eleitores do Malaui foram chamados na semana passada às urnas para escolherem o presidente, os deputados e os seus representantes locais.
O Malaui é um dos países mais pobres do mundo e perto de metade dos 15 milhões de habitantes vive com menos de um dólar por dia.
Mais de 40% do orçamento resulta de ajudas ao desenvolvimento de países ocidentais.