Deram entrada no hospital dois civis e cinco militares, todos com contusões e escoriações", precisou à Lusa Pedro Vidamão, diretor do Hospital Rural de Muxúnguè, adiantando que "um militar teve uma fratura no antebraço e foi submetido a uma operação".
O responsável hospitalar disse que os ferimentos registados foram "ligeiros e moderados", com a exceção do militar que apresentou ferimentos de balas no antebraço", informando ainda que as restantes vítimas tiveram "tratamento ambulatório".
Segundo habitantes da região ouvidos pela Lusa, este ataque foi precedido de uma emboscada de homens armados, ligados à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, a um carro de reconhecimento da polícia e que não deixou feridos.
Os militares foram atacados no mesmo local cerca de duas horas mais tarde e, segundo os habitantes, as mulheres feridas eram passageiras de um carro civil que abria a coluna e que transportava quer civis quer homens do Exército.
As Forças de Defesa e Segurança de Moçambique começaram há cerca de um ano a formar colunas de viaturas no troço Save e Muxúnguè, na principal estrada que liga o sul e o centro de Moçambique, como medida de proteção após homens armados terem atacado e incendiado viaturas.
Os ataques no troço Save-Muxúnguè tinham porém abrandado após a aprovação de emendas à nova Lei Eleitoral, que era objeto de protesto da Renamo, mas ressurgiram quando o recenseamento eleitoral do seu líder, Afonso Dhlakama, foi colocado em causa em abril passado.
Dhlakama acabou por se recensear a 08 de maio e permanece desde então em parte incerta na região da serra da Gorongosa, no centro do país.
Apesar de o diferendo em torno da legislação eleitoral ter sido ultrapassado com a aprovação de emendas exigidas pelo principal partido da oposição, a tensão política e militar ainda não foi resolvida, devido a desentendimentos em torno da desmilitarização do braço armado da Renamo e da integração de militares do movimento na hierarquia das forças de defesa e segurança.
A Renamo acusa o Governo de reforçar as suas posições militares na Gorongosa, com vista à eliminação de Dhlakama, mas o executivo diz que o líder da oposição é livre de sair do seu esconderijo.
Numerosos confrontos têm tido lugar na região entre homens armados ligados à Renamo e o Exército mas o ataque de hoje ocorreu numa zona pouco habitual.