Cuntima, no setor de Farim, norte do país, é exemplo de um local onde é preciso viajar "num carro de burros" ou no dorso de outro animal: as pessoas "agarram aquilo que é possível e é muito difícil", referiu o médico que tem a pasta da Saúde no executivo transitório.
As novas ambulâncias estão a ser distribuídas por todas as regiões (exceto ilhas) de acordo com as vulnerabilidades de cada uma, explicou.
A deslocação de grávidas é o caso mais comum em que há necessidade de transporte de emergência.
"Vamos criando bases para diminuir a mortalidade materno infantil, pois quanto mais cedo uma grávida poder chegar ao centro de saúde, melhor", destacou Agostinho Cá.
De acordo com o ministro da Saúde do Governo de transição, depois de entregues as ambulâncias haverá um mecânico local responsável pela respetiva manutenção, assim como um motorista indicado pela delegação regional do Ministério da Saúde.
"Muitas ambulâncias estragavam-se por falta de manutenção", um cenário que o ministro de transição quer inverter.
A oferta do Irão consiste em viaturas de caixa aberta todo-o-terreno, as únicas que circular nos trilhos da Guiné-Bissau, transformadas em ambulâncias devidamente equipadas.
"Foram escolhidas à medida" pelo próprio ministro da Saúde quando acompanhou o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, numa visita ao Irão em agosto de 2012, ao participar na cimeira dos países Não-Alinhados.
A esperança média de vida à nascença na Guiné-Bissau é de 47 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cujos indicadores mostram que ter saúde no país é quase um luxo.
Abundam os casos de paludismo, doenças diarreicas, SIDA e há um ciclo de epidemias de cólera, "que constitui uma situação de emergência no país", assinala a organização.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em cada mil crianças 63 morrem com menos de um ano - uma taxa de mortalidade infantil quase 20 vezes superior à que se regista em Portugal.