"Os nossos jovens foram raptados por uma organização terrorista (...) não há qualquer dúvida sobre isso", disse hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa conferência de imprensa.
"Encontramo-nos a meio de uma grande operação de busca para encontrar e devolver a casa os três jovens. Dada a situação, não posso dar detalhes, mas posso confirmar algo: foram sequestrados por um grupo terrorista", insistiu.
Os três jovens -- um de 19 anos e dois de 16 -- desapareceram na quinta-feira à noite depois de saírem da escola judaica, perto da cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada.
Horas depois, o Exército israelita lançou uma operação de busca e resgate que já levou à detenção de uma dezena de palestinianos, envolvendo cerca de dois mil soldados das forças especiais de paraquedistas, membros da Brigada Kfir e elementos da polícia israelita. Segundo a imprensa local, também participam membros das forças de segurança palestiniana.
Israel trabalha sobre a hipótese de que os jovens -- um dos quais com dupla nacionalidade, israelita e norte-americana - estão vivos e se encontram em algum lugar da Cisjordânia, pelo que pediram às autoridades palestinianas que impeçam que possam ser retirados do país.
Antes, um porta-voz dos serviços de segurança palestinianos negou as alegações israelitas de que são responsáveis por não prevenir o rapto, alegando que ocorreu numa área sob controlo de segurança e civil israelita.
A declaração já foi rejeitada por Netanyahu: "A autoridade que controla a área de onde vieram esses terroristas é responsável. É exatamente essa a situação neste caso. Os terroristas vieram da área da Autoridade Palestiniana e a Autoridade Palestiniana é responsável por isto", afirmou.
Entretanto, um fórum na internet ligado ao Hamas, movimento de resistência islâmica, apontou que os responsáveis pelo sequestro pertencem ao grupo islâmico Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que controla parte da Síria e está vinculado ideologicamente a rede terrorista internacional Al-Qaeda.
O canal 2 da televisão israelita noticiou que o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, telefonou ao presidente palestiniano, Mahmud Abbas, pedindo-lhe que colabore na busca.
Hebron é a cidade mais populosa da Cisjordânia, com cerca de 250 mil habitantes e perto de 800 colonos radicais judeus que vivem no seu interior, fortemente protegidos pelo Exército.