American Airlines reduz 80% dos voos entre os EUA e a Venezuela

A linha aérea American Airlines (AA) anunciou hoje que reduzirá quase 80 por cento dos seus voos entre EUA e Venezuela, por não poder repatriar quase 750 milhões de dólares (555,5 milhões de euros) de lucros.

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Lusa
17/06/2014 20:38 ‧ 17/06/2014 por Lusa

Mundo

Aviação

"A AA tem voado, com orgulho, para a Venezuela durante quase 27 anos e atualmente opera 48 voos semanais a esse país. No entanto, devido a recentes acontecimentos, vê-se na necessidade de reduzir as suas operações programadas de voos entre EUA e a Venezuela, de 2 a 31 de julho", anunciou.

O anúncio "Procedimentos por redução do serviço - mudança de programação" foi hoje disponibilizado na página na Internet da companhia e enviado às agências de viagens, notificando que as rotas entre Caracas e as cidades de Nova Iorque, Texas e San Juan de Puerto Rico vão ser suspensas.

O Governo da Venezuela deve 4 mil milhões de dólares (2,96 mil milhões de euros) às companhias aéreas internacionais por repatriamento dos capitais e lucros correspondentes às vendas de bilhetes aéreos desde 2012, mas cujo pagamento tem sido dificultado pelas leis cambiais vigentes.

As dificuldades levaram a Air Canadá e a Alitalia a suspenderem, recentemente, os voos para Caracas, enquanto a Lufthansa decidiu paralisar a venda de novos bilhetes.

Desde 2003 que está em vigor na Venezuela um apertado sistema de controlo cambial, que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as companhias aéreas a solicitarem previamente autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas suas operações.

A 26 de maio último o ministro venezuelana da Economia, Finanças e Banca Pública venezuelano, Rodolgo Marco Torres, anunciou que a Venezuela concretizou o pagamento de dívidas, correspondentes aos anos de 2012 e 2013, a seis linhas aéreas internacionais que operam no país.

Segunda-feira a Associação de Linhas Aéreas da Venezuela (Alav) emitiu um comunicado explicando que a portuguesa TAP e outras 15 das 25 linhas aéreas internacionais que operam no país continuam à espera do pagamento de dívidas de parte do Governo venezuelano.

Segundo a Alav,m 11 das 25 transportadoras que voam para Caracas reduziram, desde janeiro, a oferta de lugares e a frequência dos voos, nalguns casos até quase aos 80%, devido à impossibilidade de repatriar os capitais correspondentes às vendas.

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