Gana saúda regresso da Guiné-Bissau à organização e pede apoio

A ministra ganesa dos Negócios Estrangeiros, Hanna Tetteh, saudou hoje, em declarações à Lusa em Malabo, Guiné Equatorial, o regresso da Guiné-Bissau à União Africana, depois da normalização democrática do país.

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Lusa
26/06/2014 11:29 ‧ 26/06/2014 por Lusa

Mundo

União Africana

"O regresso da Guiné-Bissau é um definitivamente um importante acontecimento, uma demonstração de que regressaram ao caminho democrático e um sinal justo que a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e da União Africana (UA) confiam no novo governo eleito", afirmou Hanna Tetteh.

A cimeira da UA que começa hoje em Malabo assinala também o regresso da Guiné-Bissau a vários organismos da comunidade internacional, depois de a sua participação ter sido suspensa há dois anos, após um golpe de Estado.

No encontro participa José Mário Vaz, o recém-eleito Presidente da Guiné-Bissau, um sinal para todos os países africanos de que é "importante que se avance na consolidação da democracia", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros do Gana, que hoje esteve reunida em Malabo com o secretário de Estado português da Cooperação, Luís Campos Ferreira.

A Guiné-Bissau "precisa de todo o apoio" e, "agora que regressaram à comunidade internacional" a UA deve ajudar o país a fiscalizar as suas águas, acrescentou a ministra ganesa, que se mostrou preocupada com a pirataria no Golfo da Guiné e a instabilidade em várias zonas costeiras da região.

"Agora que também descobrimos petróleo 'off-shore' também estamos em risco" de ataques, admitiu a ministra, que defende um maior envolvimento dos países do Golfo na patrulha conjunta da região.

"Queremos trabalhar com todos, e estamos a juntar os países da CEDEAO e da CEMAC (Comunidade Económica e Monetária da África Central)", afirmou Hanna Tetteh.

"É necessário abordar o assunto de um modo mais global" mas a causa também é relacionada com os "problemas económicos dos estados" da região e a "instabilidade de alguns", afirmou.

"Há muitas áfricas, temos 55 estados. E não podemos pintar África com as mesmas cores para todos" até porque há países que estão a ficar cada vez mais estados viáveis", que podem constituir "exemplos que outros países africanos podem seguir", acrescentou Hanna Tetteh.

A 23.ª cimeira de chefes de Estado e de governo da União Africana (UA), que se inicia hoje em Malabo, tem como tema central "Agricultura e Segurança Alimentar".

Durante os trabalhos, que terminam sexta-feira, a cimeira deve adotar uma Declaração sobre Crescimento da Agricultura e Objetivos até 2025.

Os chefes de Estado e de Governo da UA deverão ainda analisar propostas de alterações em órgãos como o Parlamento Panafricano e o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos e discutir o projeto de estatutos do Fundo Monetário Africano.

A cimeira assinala também o regresso do Egito à UA, após a suspensão da organização devido à instabilidade interna.

 

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