Estabilização da Guiné é vitória da comunidade internacional

O secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Luís Campos Ferreira, considerou hoje que a normalização constitucional da Guiné-Bissau constituiu uma "vitória alargada" da comunidade internacional.

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Lusa
27/06/2014 12:23 ‧ 27/06/2014 por Lusa

Mundo

CPLP

"É uma vitória alargada" da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) e da ONU, afirmou hoje à Lusa em Malabo, Guiné Equatorial, o governante português que está presente na 23.ª cimeira da União Africana.

"O golfo da Guiné é um dos problemas mais ameaçadores para aquilo que é a estabilidade dos países de África", e a "a União Africana em conjunto com a União Europeia têm de ter uma estratégia para estancar essa instabilidade", defendeu o Secretário de Estado, que se mostrou muito satisfeito com a "forma acolhedora" com que a Guiné-Bissau foi readmitida pela UA.

À União Africana interessa o "progresso social dos seus povos", afirmou Campos Ferreira, que insiste na disponibilidade dos vários parceiros em apoiar um orçamento de emergência da Guiné-Bissau e a estabilização política, com reforço e alargamento da força de manutenção de paz no país.

O ideal, defendeu o secretário de Estado, é um "alargamento da força de estabilização" a "outras lideranças africanas ou europeias", de modo a que se "consiga de uma forma muito definitiva uma estabilidade no país a favor do povo guineense".

Esse novo modelo de forças de manutenção de paz, para as quais Portugal está disponível para ajudar, deverá ter "um mandato das Nações Unidas de forma a ter a transparência, o rigor e os recursos necessários de que possa precisar".

Nas relações com a Guiné-Bissau, Portugal move-se pelo interesse afetivo e histórico, mas também no quadro da União Europeia (UE), procurando ajudar na "reconstrução do tecido económico" do país, procurando criar emprego local em várias áreas, desde o mobiliário à pesca.

"A Guiné-Bissau é muito rica nas pescas" e "há a possibilidade de Portugal estar presente na licença das pescas", disse Campos Ferreira, que prometeu também o apoio de técnicos na formação da administração pública guineense.

O objetivo final é tentarmos "tentarmos contribuir para a estabilidade política e social e para o aparecimento do verdadeiro estado de direito da Guiné-Bissau

A 23.ª cimeira de chefes de Estado e de governo da União Africana (UA), teve início em Malabo quinta-feira e tem como tema central "Agricultura e Segurança Alimentar".

Durante os trabalhos, que terminam sexta-feira, a cimeira deve adotar uma Declaração sobre Crescimento da Agricultura e Objetivos até 2025.

Os chefes de Estado e de Governo da UA deverão ainda analisar propostas de alterações em órgãos como o Parlamento Panafricano e o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos e discutir o projeto de estatutos do Fundo Monetário Africano.

A cimeira assinala também o regresso da Guiné-Bissau e do Egito à UA, após suspensões resultantes do golpe de estado de abril de 2012 e à instabilidade interna, respetivamente.

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