ONU preocupada com falta de industrialização da agricultura africana

O secretário executivo da Comissão Económica da ONU para África, o guineense Carlos Lopes, mostra-se preocupado com a falta de produtividade da agricultura africana, considerando que o continente está nos "primórdios da modernização".

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Lusa
28/06/2014 12:55 ‧ 28/06/2014 por Lusa

Mundo

Modernização

Em entrevista à agência Lusa, num balanço da 23.ª Cimeira da União Africana que terminou na sexta-feira em Malabo e que teve como tema a 'Agricultura e Segurança Alimentar', Carlos Lopes defendeu mais empenho dos países-membros na transformação dos modelos familiares para projetos agroindustriais.

Um total de 65% da população trabalhadora africana vive do setor, mas é uma "uma agricultura que tem índices de produtividade muito baixos, e que não consegue absorver, em termos de atividade económica, o necessário para retirar as pessoas da pobreza", explicou Carlos Lopes.

Os aumentos de produtividade, que desde 1990 rondam os 40%, têm sido "completamente esmagados pelo crescimento demográfico" do continente. Por exemplo, na China, esse valor é quase três vezes mais e "daí se explica que eles possam tirar as pessoas da pobreza".

Por outro lado, a não aposta na agricultura perpetua o estado frágil de outros setores, até porque a exploração agrícola "permite uma industrialização de certo tipo, que é o primeiro ato de criação de emprego", salientou Carlos Lopes.

Há dez anos, em Maputo, as nações africanas comprometeram-se a dar mais de 10% dos seus orçamentos ao setor mas, até agora, essa meta é apenas cumprida por apenas 12 países.

Isso é um sinal de que "estamos nos primórdios do processo de modernização da agricultura que é fundamental para absorver a necessidade de emprego do continente", alertou Carlos Lopes.

A 23.ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), terminou no sábado, tendo sido adotada uma declaração sobre Crescimento da Agricultura e Objetivos até 2025, que visam a erradicação da fome no continente.

Os chefes de Estado e de Governo da UA analisaram propostas de alterações em órgãos como o Parlamento Panafricano e o Tribunal Africano dos Direitos Humanos e dos Povos.

A cimeira assinalou também o regresso da Guiné-Bissau e do Egito à UA, após suspensões resultantes do golpe de Estado de abril de 2012 e à instabilidade interna, respetivamente.

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