"É evidente que a Nova Zelândia gostaria de ver o fim da caça à baleia, seja científica ou de outro tipo qualquer", disse o chefe do Governo japonês, Shinzo Abe, durante a conferência de imprensa conjunta, na qual o homólogo neozelandês, John Key, assinalou que Tóquio está a avaliar que tipo de programa científico pode utilizar para prosseguir com a caça à baleia sem contrariar a decisão do Tribunal Internacional de Justiça, após abordar o tema com Abe durante a reunião.
No final de março, o Tribunal Internacional de Justiça ordenou o cancelamento do programa no Antártico dos baleeiros japoneses, por considerar que se trata de uma atividade comercial disfarçada de missão com fins científicos para contornar a lei internacional.
Este foi o desfecho da ação interposta, em 2010, pela Austrália, precisamente com a ajuda da Nova Zelândia, em que se acusava o Japão de prática de caça à baleia com uma escala comercial a coberto de um programa de investigação científica.
Segundo o canal neozelandês TVNZ, Shinzo Abe evitou hoje tecer alongados comentários sobre o contencioso, limitando-se a garantir, porém, que este assunto não irá afetar as relações entre Tóquio e Wellington, enquanto John Key adiantou que o seu governo irá analisar a eventual adoção de medidas no caso de o Japão decidir retomar a caça às baleias no Antártico.
Os dois primeiros-ministros reiteraram ainda o seu compromisso relativamente ao Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), acordo de comércio livre assinado pelo Chile, Brunei, Nova Zelândia e Singapura, ao qual o Japão pretende aderir, a par de outros sete países: Austrália, Canadá, Estados Unidos, Malásia, México, Perú e Vietname.
Shinzo Abe, que figura como o primeiro chefe de Governo do Japão a visitar a Nova Zelândia em 12 anos, vai deslocar-se ainda durante o dia de hoje à cidade de Christchurch, afetada pelo forte sismo de 2011, onde irá prestar homenagem aos 28 cidadãos japoneses que morreram na tragédia, antes de prosseguir viagem rumo à Austrália.