O programa das Nações Unidas ajuda entre 80 e 100 milhões de pessoas por ano, entre elas 18 milhões de crianças, mas no mundo 842 milhões de pessoas sofrem de insegurança alimentar, 60% das quais mulheres.
Cousin destacou que as crianças que sofrem atrasos no crescimento por causa da fome, com problemas de raquitismo, estão condenadas a sofrer uma vida de pobreza e defendeu que há que atuar nos primeiros mil dias de vida, concentrando esforços nos mais vulneráveis, nas raparigas, nas adolescentes, nas grávidas, nas mulheres em idade fértil e nos menores de dois anos.
A responsável do PAM disse que o crescimento económico global está afetado pela subnutrição e que o impacto da fome ameaça a estabilidade e segurança em regiões como o Sahel.
Erthasin Cousin adiantou que existem soluções para pôr fim à fome, entre elas eliminar o desperdício, aumentar a produção agrícola e lutar contra o raquitismo, sublinhando que toda a gente deve ter acesso a alimentos nutritivos e sãos, e que o maior desafio é educar as pessoas sobre o que é ou não comida saudável, e fazer com que os preços dos alimentos sejam mais acessíveis.
Erradicar a fome não é uma utopia, disse Cousin, "o que faz falta é uma inversão sustentada e que mudem as oportunidades das pessoas".
A representante do PAM classificou-se ainda como "super fã do papa Francisco" e manifestou a sua satisfação pelo facto de o pontífice se ter reunido com ela para se interessar sobre o programa. Segundo Cousin, o papa disse que utilizará o seu pontificado para lutar contra a fome.
"Não podemos viver como sociedade global aceitando que tanta gente morra à fome no mundo", disse, fazendo ainda um apelo: "a segurança alimentar e a subnutrição necessitam da colaboração de todos, para conseguir um hoje mais seguro e um amanhã mais sólido"