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Mais meninas refugiadas casam por receio de violência sexual

O número de casamentos com crianças duplicou entre os refugiados sírios na Jordânia, devido à pobreza e aos receios de violência sexual, revelaram hoje várias agências internacionais.

Mais meninas refugiadas casam por receio de violência sexual
Notícias ao Minuto

10:00 - 17/07/14 por Lusa

Mundo Síria

No relatório "Demasiado Nova para Casar", a organização Save the Children (Salvem as Crianças) lembrou que antes de a guerra civil na Síria ter começado, em 2011, os casamentos com crianças representavam 13% da totalidade.

Mas "os casamentos precoces e forçados entre as meninas sírias refugiadas duplicou desde o início da guerra", lê-se no documento, que especificou que 48% das envolvidas foram forçadas a uniões com homens que eram, pelo menos, 10 anos mais velhos.

"O casamento das crianças é devastador para as meninas envolvidas", afirmou o diretor da Save the Children para a Jordânia, Saba al-Mobaslat.

"As meninas que se casam antes dos 18 anos estão mais sujeitas a violência doméstica do que a que se casam mais tarde e têm muito menos acesso a cuidados de saúde sexual e reprodutiva, colocando os seus corpos em risco extremo se e quando engravidarem", especificou.

Números da agência da Organização das Nações Unidas para a Infância (Unicef) indicam que a taxa de casamentos com crianças entre os refugiados sírios na Jordânia subiu de 18% em 2012 para 25% em 2013.

Os números mais recentes, relativos ao primeiro trimestre de 2014, revelam o agravamento da situação, ao se situarem em 32%, revelou hoje a Unicef.

A Jordânia, que acolhe mais de 600 mil refugiados sírios, faz depender o casamento de meninas com menos de 18 anos de uma autorização judicial.

Os números governamentais registam 735 casamentos de meninas sírias com menos de 18 anos em 2013, que comparam com 42 em 2011.

"Enquanto refugiadas, as famílias sírias estão cientes da redução dos recursos e da falta de oportunidades económicas", adiantou o relatório da Save the Children.

"Ao mesmo tempo, também estão cientes da necessidade de protegerem as suas filhas da ameaça da violência sexual", acrescentou-se.

"Dadas estas pressões, algumas famílias consideram que o casamento da criança é a melhor forma de a proteger e aliviar a pressão sobre os recursos familiares", sintetizaram os autores do documento.

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