A ameaça foi feita por Hwang Pyong-so, diretor do comité político geral, um órgão militar norte-coreano, num discurso proferido durante uma concentração militar em Pyongyang, no domingo, por ocasião do 61.º aniversário do armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-53).
Hwang, um vice-marechal no exército popular norte-coreano, disse que a última série de exercícios militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, um dos quais incluiu o destacamento de um porta-aviões nuclear norte-americano, tinha elevado as tensões na península coreana.
"Se os imperialistas dos Estados Unidos ameaçarem a nossa soberania e sobrevivência... as nossas tropas vão disparar mísseis armados com ogivas nucleares contra a Casa Branca e o Pentágono - fontes de todo o mal", disse Hwang no discurso transmitido hoje pela televisão estatal.
Esta não é a primeira vez que a Coreia do Norte ameaça lançar ataques nucleares contra os Estados Unidos e bases norte-americanas no oceano Pacífico.
A maioria dos especialistas acredita que a ditadura comunista está ainda muito longe de desenvolver um míssil balístico intercontinental viável e com o alcance pretendido.
O Norte realizou três testes nucleares, mas os peritos consideram que o regime não conseguiu ainda desenvolver as técnicas para miniaturizar uma ogiva nuclear capaz de ser integrada num míssil.
O regime possui vários mísseis de curto e médio alcance capazes de atingir a Coreia do Sul e o Japão. Nas últimas semanas, a Coreia do Norte disparou vários projéteis para o Mar do Japão.
O último teste - dirigido pelo líder norte-coreano Kim Jong-un - decorreu no sábado e simulou um ataque com mísseis de curto alcance contra a Coreia do Sul, onde estão estacionadas 28.500 tropas dos Estados Unidos, de acordo com os 'media' de Pyongyang.
A 17 de julho, o conselho de segurança da ONU condenou oficialmente a Coreia do Norte pelos últimos testes, em violação das resoluções das Nações Unidas que proíbem o Norte de usar tecnologia de mísseis balísticos.
No domingo, Kim Jong-un - o terceiro líder da dinastia comunista - instou os cidadãos norte-coreanos a manterem vivo o "espírito de defesa da pátria", durante as celebrações do 61.º aniversário do fim da guerra na península, informou a agência oficial norte-coreana KCNA.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito de 1950-53 terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz.