Na terça-feira passada, um dia depois do ataque realizado com recurso a facas, as autoridades chinesas reportaram "dezenas de mortos e feridos", sem precisarem o número de vítimas.
Entretanto, no sábado, as autoridades confirmaram à agência Xinhua que durante o ataque a polícia matou a tiro 59 alegados terroristas e deteve outros 215, enquanto 13 civis morreram e outros 13 ficaram feridos.
Entre os civis mortos, 35 eram de etnia han (maioritária na China) e dois de etnia uigur, que professa a religião muçulmana.
Pequim não deu mais detalhes sobre a identidade dos alegados terroristas, apesar de outras fontes os identificarem como uigures.
Por sua vez, representantes do Congresso Mundial Uigur disseram à EFE que o número de uigures mortos pode ultrapassar a centena e que os dados das autoridades chinesas não correspondem à realidade.
Um grupo de homens "armados com facas" atacou na segunda-feira de manhã uma esquadra da polícia e prédios públicos na região de Shache, referiu a agência oficial chinesa, citando a polícia local.
A China tem experimentado, nos últimos meses, uma série de ataques sangrentos em sítios públicos, em Xinjiang e outros locais, atribuídos pelas autoridades aos uigures islâmicos.
Um atentado suicida, cometido em maio, no mercado de Urumqi, capital de Xinjiang, fez 43 mortos - incluindo quatro agressores - e uma centena de feridos.
Em reação, Pequim anunciou uma vasta campanha de luta antiterrorista, que se traduz em dezenas de prisões, condenações massivas, exibições públicas dos "terroristas" e execuções após julgamentos sumários.
Xinjiang tem nove milhões de uigures - muçulmanos de língua turca -, sendo uma parte de radicais que, segundo as autoridades chinesas, vem realizando ataques mortais nos últimos meses.
Os grupos de direitos humanos acreditam que a política repressiva da China contra a cultura e religião dos uigures alimenta as tensões e violência na região.
Muitos uigures, hostis ao domínio chinês da região, dizem-se vítimas de discriminação e de exclusão de investimentos em Xinjiang.