A posição do CICR, expressa num comunicado de imprensa, em que exprime ainda que participará numa iniciativa desse género se todas as partes envolvidas manifestarem previamente o seu acordo, surge em resposta às declarações do chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, que alegou contar com o apoio da Cruz Vermelha no "comboio humanitário" que o país tinha anunciado enviar para a Ucrânia.
A instituição acrescentou que entregou às autoridades russas e ucranianas um documento em que se "especifica a forma como a operação se deve realizar" e salientou que antes devem ficar bem claros os detalhes técnicos.
Essas condições incluem "o acordo de todas as partes em que deve ser o CICR a distribuir a ajuda, respeitando os princípios de neutralidade, imparcialidade e independência", que caraterizam a organização.
Antes, Moscovo garantiu que o comboio humanitário partiria da Rússia sem escolta militar e que tinha o acordo de Kiev.
A garantia russa surgiu horas depois da Comissão Europeia se ter manifestado contra a iniciativa.
Em comunicado, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, rejeitou qualquer intervenção russa, "seja qual for o motivo". Expressando "preocupação face ao destacamento de tropas russas para a fronteira com a Ucrânia", o presidente da Comissão Europeia alertou para os riscos de uma "intervenção unilateral" de Moscovo.
Durante uma reunião de emergência nas Nações Unidas, realizada na sexta-feira, a Rússia propôs realizar uma "missão humanitária" para socorrer a população do Leste da Ucrânia.
A iniciativa foi, porém, rejeitada pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e também por Alemanha e Reino Unido, que temem que ela sirva de pretexto para uma invasão russa do território ucraniano.