Os protestos foram encabeçados por Julius Malema, antigo responsável da organização juvenil do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) e que juntamente com outros correligionários fundou o Economic Freedom Fighters (EFF, sigla em inglês), organização da extrema-esquerda que lidera.
O líder dos EFF exigiu a Jacob Zuma, numa sessão de perguntas e respostas, que devolvesse aos contribuintes sul-africanos os 20 milhões de euros gastos pelo erário público na renovação da sua residência privada.
Como Jacob Zuma insistia em não responder, Malema e cerca de 20 deputados decidiram provocar um tumulto, gritando "devolve o dinheiro, devolve o dinheiro" para Jacob Zuma.
A presidente do parlamento, Baleka Mbete, ordenou aos deputados que gritavam que saíssem da sala, o que estes recusaram, o que levou à chamada da polícia de choque para retirar os deputados do EFF da sala, enquanto os demais membros do parlamento abandonavam o hemiciclo, à semelhança de Jacob Zuma, um dos primeiros a fazê-lo.
A transmissão em direto dos trabalhos parlamentares mostrou, durante cerca de 10 minutos, os membros do EFF, sozinhos no hemiciclo, a cantar, após o que a emissão foi cortada.
Com a chegada da polícia de choque, os deputados do EFF abandonaram finalmente a sala de sessões.
Não foi a primeira vez que os gastos de dinheiro público na construção, entre outras infraestruturas, de uma piscina e um anfiteatro na residência privada de Zuma provocaram celeuma.
Após contestação pública, Jacob Zuma nomeou o ministro da Segurança para decidir se o Presidente deveria, ou não, devolver o dinheiro, num caso que os meios de comunicação locais já apelidaram de "Nkandlagate" - numa referência ao caso "Watergate", que culminou na deposição do presidente norte-americano Nixon.