A OMS sublinha que o suicídio é uma tragédia que pode ser prevenida e evitada, mas acaba por ser uma realidade negligenciada devido ao estigma que lhe está associado.
Segundo o documento, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio anualmente e as tentativas serão ainda 20 vezes superiores àquele número, de acordo com estatísticas recolhidas até 2012.
O relatório, que compila mais de 10 anos de dados sobre suicídio nos vários países do mundo, alerta que este é um problema de saúde pública "que é preciso atacar imperativamente, sem demora".
A OMS lamenta que o suicídio surja "muito raramente nas prioridades em matéria de saúde pública", devido sobretudo ao "tabu e à estigmatização".
Segundo o documento, em 2012 a taxa de suicídio no mundo foi de 11,4 por 100 mil habitantes, sendo duas vezes mais frequente nos homens.
O suicídio representa 50% das mortes violentas entre os homens e 71% entre as mulheres.
Em praticamente todas as regiões do mundo, as taxas de suicídio mais elevadas registam-se em pessoas com mais de 70 anos. Contudo, é também a segunda causa de morte nos jovens entre os 15 e os 29 anos.
Entre as formas mais comuns de suicídio estão o envenenamento com pesticidas, o enforcamento ou o salto de edifícios.
Aliás, a OMS considera que restringir o acesso aos meios de suicídio é um elemento-chave na prevenção do problema, dando como exemplos a limitação ao acesso a armas de fogo ou a pesticidas.
Os fatores de risco para o suicídio variam, mas as doenças mentais, como a depressão e a dependência do álcool, estão presentes na esmagadora maioria das pessoas que cometem suicídio, sobretudo nos países desenvolvidos.