"Quais são as condições? Um cessar-fogo e um acordo político. Atualmente, estas condições não estão reunidas. Como poderia eu permitir a entrega de um navio que no futuro pode ser um navio de guerra exatamente na altura em que existe a crise na Ucrânia?", disse François Hollande.
O presidente francês falava após um encontro com o seu homólogo ucraniano, Petro Poroshenko, à margem da cimeira da NATO, que termina na sexta-feira e se centra na situação no Iraque e na Ucrânia.
A França anunciou na quarta-feira a suspensão da entrega do primeiro de dois navios de guerra Mistral a Moscovo, que estava prevista para outubro.
O Ministério da Defesa russo reagiu no mesmo dia, considerando que a decisão francesa "não será uma tragédia" para Moscovo.
"A rejeição do contrato não será uma tragédia para nós ao nível do plano de rearmamento", declarou na quarta-feira um vice-ministro da Defesa russo, Iuri Borissov, citado pela agência oficial Itar-Tass.
Hollande admitiu hoje ser "perfeitamente possível" que as condições estejam reunidas em "outubro ou novembro" e que os navios possam ser entregues nessa altura, sublinhando que o contrato de 1,2 mil milhões de euros representa "horas de trabalho para os estaleiros de Saint-Nazaire (sudoeste)".
O chefe de Estado francês desmentiu ter sido pressionado pelos seus parceiros ocidentais relativamente à entrega dos navios Mistral a Moscovo, recordando ter referido anteriormente que as sanções contra a Rússia não podiam por em causa contratos assinados.