A cerimónia de assinatura do documento sobre a cessação das hostilidades militares está prevista para às 11:30 locais (10:30 de Lisboa), no Gabinete da Presidência da República, segundo um comunicado do gabinete de imprensa do Presidência moçambicana.
O ato vai permitir a participação de Afonso Dhlakama na campanha eleitoral já em curso para as eleições gerais (presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais) de 15 de outubro e é mais um passo para a normalização da situação política em Moçambique, posta em causa por meses de confrontos entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança.
A crise político-militar, que provocou um número indeterminado de mortos e de feridos, foi desencadeada por divergências sobre a lei eleitoral e em torno do desarmamento do braço armado da Renamo.
Inicialmente, o Governo e o maior partido de oposição estiveram afastados pelos termos da lei eleitoral, depois pelo desarmamento do braço armado da Renamo e sua integração das Forças de Defesa e Segurança, mais tarde pela vigilância do processo e das próximas eleições por observadores internacionais.
No rescaldo das eleições gerais de 2009, que Afonso Dhlakama perdeu para o atual Presidente moçambicano, Armando Guebuza, o líder da Renamo mudou-se para Nampula (norte) e, mais tarde, para Sandjunjira (centro), mantendo-se ausente da capital moçambicana há cerca de cinco anos.
O líder da Renamo chegou quinta-feira à capital do país, onde foi recebido por milhares de simpatizantes do partido no Aeroporto Internacional de Maputo, diante de um forte cordão de segurança dividido entre as autoridades moçambicanas e os seguranças do líder do partido.
Depois de se estabelecer há mais de um ano na sua antiga base militar, Afonso Dhlakama saiu de Gorongosa acompanhado de uma delegação que integrou os embaixadores de Portugal, Itália, Estados Unidos da América (EUA), Botsuana e a comissária da Grã-Bretanha.
A saída do líder da Renamo do esconderijo contou também com a intervenção de bispo auxiliar de Roma, Matteo Zuppi a Comunidade Sant´Egídio, instituição que mediou o Acordo Geral de paz, em 1992.