O líder do governo guineense justificou o donativo com os laços de "amizade e irmandade" que unem os dois países e com o facto de haver regiões do vizinho país que são mais fáceis de alcançar a partir de Bissau que a partir da capital, Conacri.
A oferta vai ser entregue na quarta-feira, por via dos canais diplomáticos, e inclui equipamentos de proteção e desinfetantes.
O anúncio foi feito hoje por Domingos Simões Pereira durante uma reunião com representantes da comunidade internacional em Bissau em que agradeceu os apoios dados ao país para prevenir o Ébola.
O líder do Governo salientou ainda que a decisão de fechar as fronteiras com a Guiné-Conacri, em agosto, baseou-se estritamente em "orientações técnicas" e que, apesar das críticas da população, espera que a medida não afete as relações entre os dois lados da fronteira.
Segundo referiu, o assunto foi tratado com o embaixador da Guiné-Conacri em Bissau e em conjunto chegaram inclusivamente a tratar da abertura de "corredores humanitários" para levar abastecimentos a comunidade que ficariam isoladas depois do encerramento dos postos de passagem.
No final do encontro com a comunidade internacional, a ministra da Saúde, Valentina Mendes, descartou a possibilidade de virem a ser encerradas também as fronteiras a norte com o Senegal, depois de ter sido detetado um caso no país.
"O Senegal é diferente: na Guiné-Conacri há vários óbitos e no Senegal apenas um caso", justificou.
Ainda segundo a ministra, a Guiné-Bissau continua a precisar com urgência de um "kit" laboratorial para manter em marcha o plano de prevenção contra o Ébola.
Apesar dos agradecimentos feitos pelo primeiro-ministro à comunidade internacional, pelo apoio concedido à Guiné-Bissau, a titular da pasta da Saúde recordou que, a nível sub-regional, os ministros da Saúde da África Ocidental continuam a pedir um apoio mais expedito face à ameaça do Ébola.
O apelo foi feito num encontro realizado em Acra, capital do Gana, em agosto.
Desde o início do ano, o surto de Ébola na África Ocidental já fez cerca de 2.300 mortos na Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Senegal e Nigéria.