"O caso de António Indjai ainda está pendente no nosso tribunal", disse à agência Lusa uma assessora de imprensa da procuradoria do Distrito Sul de Nova Iorque, confirmando que o mandado de captura norte-americano se mantém.
A mesma representante disse que "o tribunal não comenta qualquer outro aspeto do caso", inclusive a hipótese de extradição, agora que o general não ocupa um cargo oficial.
Indjai era vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e passou a liderar os militares guineenses quando a 01 de abril de 2010 destituiu o então CEMGFA, Zamora Induta, tendo também detido, por algumas horas, o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
A 12 de abril de 2012 e após vários momentos de tensão com o Governo, o general liderou os militares num golpe de Estado, que acabaria por interromper a segunda volta das eleições presidenciais.
A 18 de abril de 2013, foi acusado pela justiça dos EUA de participação numa operação internacional de tráfico de drogas e armas.
A acusação surgiu depois de um antigo líder da Marinha guineense, Bubo Na Tchuto, ter sido detido dias antes, a 04 de abril, em águas internacionais, perto de Cabo Verde, por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana, juntamente com outros quatro guineenses.
Na Tchuto e dois dos seus ajudantes já confessaram os seus crimes. Um dos ajudantes, Papis Djeme, foi condenado este mês a seis anos e meio de prisão.
Quanto ao segundo adjunto, Tchamy Yala, a sentença será lida a 17 de novembro.
Depois da confissão de Na Tchuto, acontecem agora as negociações entre a acusação e defesa. O guineense arriscava uma pena de prisão perpétua.
"Desde o início que este caso tem mostrado que as forcas da lei dos EUA vão fazer justiça com todos os traficantes que tragam drogas ilegais para o país, mesmo quando os seus atos criminosos acontecem noutros continentes", disse o procurador do estado de Nova Iorque, Preet Bharara, no início do mês, quando leu a sentença de Papis Djeme.