Uma reportagem da norte-americana The Atlantic dá conta do sucesso de uma rede social de encontros, a Seeking Arrangement. Embora seja publicitada como plataforma de encontros, há cada vez mais estudantes universitárias registadas à procura de parceiros mais velhos e endinheirados que lhes paguem as propinas da universidade.
Nos Estados Unidos, país onde o acesso ao ensino superior é muitas vezes condicionado pelo dinheiro, os empréstimos de bancos a estudantes tornaram-se primeiro um meio de acesso ao ensino superior, passando depois a ser um problema com o aumento de alunos que não conseguiam pagar esses mesmos empréstimos.
No Seeking Arrangement quase metade das mulheres registadas (44% das cerca de 2,3 milhões de mulheres) é estudante do ensino superior, e isto inclui alunas de algumas universidades prestigiadas, como é o caso de Princeton (a faculdade de uma das entrevistadas pela The Atlantic). Ao contrário de outras redes sociais, onde há 'amigos', aqui há 'sugar daddies' (eles) e 'sugar babies' (elas).
Embora o site nunca faça referência ao sexo, escreve a revista que há cada vez mais casos que parecem enquadrar-se como casos de prostituição. E a procura por universitárias parece ser mesmo política defendida pelo site: os perfis que se registem com mails oficiais de faculdade (‘.edu’) têm direito a uma conta premium e os seus perfis passam a integrar uma parte do site onde só poderão ser vistos quando um utilizador pague 1.200 dólares para aceder.
Entre os perfis dos ‘sugar daddies’ existem campos possíveis de preencher, como é o caso do rendimento anual. Conta a The Atlantic que homens com rendimentos de 5 e 10 milhões de dólares ao ano são os que recebem maior atenção.
Basicamente a plataforma facilita que homens e mulheres se encontrem, argumentando que se tratam de “relações mutuamente benéficas”. Mas o padrão de relacionamentos é o de homens com dinheiro ficarem a conhecer jovens à procura de ‘mimos’ que poderão ir desde jantares e viagens de luxo, até ao pagamento de propinas.
Amanda, finalista em Princeton, falou sobre a sua experiência pessoal à The Atlantic, adiantando que no seu caso: “as relações chegam a um ponto em que os homens querem naturalmente pagar-me coisas”. E explica que no seu caso até já lhe oferecem cartões de crédito, evitando assim “uma troca direta de dinheiro”.