"A recente decisão de Pequim descarta a realização de uma eleição democrática para o chefe do Executivo de Hong Kong, fazendo com que se tornassem inevitáveis os protestos pacíficos, em larga escala, em Hong Kong. Dado os antecedentes de Pequim, tememos que um segundo massacre de Tiananmen possa acontecer em Hong Kong. Acreditamos que os Estados Unidos têm a responsabilidade de evitar tais tragédias sangrentas que sucedam", refere a missiva dirigida a Barack Obama, disponível no portal da Casa Branca, que contava cerca das 10:00 de hoje (hora de Lisboa) com 181.208 assinaturas.
Os autores da petição, criada a 04 de setembro, lançam ainda um "forte apelo" à administração norte-americana "para que deixe claro junto das autoridades de Pequim que qualquer ação para reprimir manifestações pacíficas pela força será veementemente contestada e severamente punida".
"Nós, os amantes da democracia que vivemos nos Estados Unidos e noutras partes do mundo, instamo-lo a pressionar o Governo chinês a honrar a sua promessa", lê-se na mesma missiva.
Um pouco por todo o mundo têm ecoado mensagens de apoio movimento pró-democracia no território, as quais ganharam força depois de a polícia antimotim da antiga colónia britânica ter lançado gás lacrimogéneo contra manifestantes, muitos do quais estudantes, munidos somente de guarda-chuvas.
A agitação nas ruas intensificou-se sobretudo no sábado, depois de uma semana de boicote às aulas por parte dos estudantes universitários ter culminado numa manifestação que resvalou em confrontos.
Um grupo denominado Hong Kong Overseas Alliance lançou nas redes sociais uma campanha intitulada "United for Democracy: Global Solidarity with Hong Kong" -- "Unidos pela Democracia em solidariedade global com Hong Kong", convocando encontros em vários pontos do mundo, como Londres, Sydney, Vancouver ou Nova Iorque.
Os protestos em Hong Kong estalaram depois de Pequim ter anunciado, a 31 de agosto, que os aspirantes ao cargo de chefe do Governo vão precisar de reunir o apoio de mais de metade dos membros de um comité de nomeação para poderem concorrer à próxima eleição, em 2017, e que apenas dois ou três serão selecionados.
Ou seja, a população de Hong Kong exercerá o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de 'triagem'.
A China tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é escolhido por um colégio eleitoral composto atualmente por cerca de 1.200 pessoas, que seria capaz de escolher o seu líder em 2017.
DM // APN
Noticias Ao Minuto/Lusa