No vizinho Iraque, onde os 'jihadistas' se apoderaram também de amplos setores, as forças curdas lançaram uma ofensiva em três frentes no norte contra o EI, que está a multiplicar as atrocidades nas zonas sob seu controlo.
Na Síria, os combatentes deste grupo extremista sunita encontram-se agora "a dois ou três quilómetros" de Aïn al-Arab, cidade de que estão a tentar apoderar-se para dominar toda uma faixa de território ao longo da fronteira turca, segundo uma organização não governamental síria.
"Há apenas um vale a separar os jihadistas da cidade", afirmou o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rabi Abdel Rahman, citado pela agência de notícias francesa, AFP.
Na segunda-feira, o EI estava a cinco quilómetros de Aïn al-Arab, a terceira maior cidade curda da Síria, situada perto da fronteira com a Turquia, ao passo que muitas cidades da região foram já tomadas pelos 'jihadistas' na província de Alep.
Os 'jihadistas' atacaram na segunda-feira a cidade com 'rockets', atingindo pela primeira vez o centro urbano, onde três pessoas morreram, segundo o OSDH.
Perante este avanço, os Estados Unidos e os países árabes membros da coligação, que iniciaram ataques aéreos na Síria a 23 de setembro, realizaram na madrugada de hoje dois ataques contra posições do EI, segundo o OSDH, que não forneceu mais pormenores sobre a natureza dos alvos.
Um dos líderes do principal partido curdo da Turquia, Demirtas, que se deslocou hoje a Aïn al-Arab, confirmou que o EI se encontra perto.
"Os terroristas não estão a mais de dois quilómetros. Kobane está cercada de todos os lados", disse o co-presidente do Partido Democrático Popular (HDP) à imprensa ao regressar, no posto fronteiriço de Mursitpinar (sul).
A ofensiva dos 'jihadistas' nesta região, iniciada em meados de setembro, obrigou, então, mais de 160.000 pessoas a procurar refúgio na Turquia. Na segunda-feira, 15.000 habitantes passaram também a fronteira, devido aos novos combates.