"Eis-me, vivo. Só morrerei quando Alá me tirar a respiração", declara Shekau no vídeo de 36 minutos, no qual afirma também ter estabelecido um califado nas cidades sob o controlo do movimento, onde são aplicadas as punições previstas na 'sharia' (lei islâmica).
O exército nigeriano afirmou na semana passada que Shekau estava morto e que o homem que se fazia passar por ele nos vídeos divulgados pelo grupo islamita também tinha sido morto em confrontos com soldados no nordeste da Nigéria.
A credibilidade da alegação dos militares foi questionada por analistas de segurança dos Estados Unidos.
O novo vídeo mostra Shekau em uniforme de combate e a disparar uma arma antiaérea, ladeado por quatro homens com a cara tapada. O líder do Boko Haram fala 16 minutos em árabe e em hausa, a língua largamente falada no norte da Nigéria.
Não há indicação sobre onde ou quando o vídeo foi gravado.
"Nada me matará até que os meus dias cheguem ao fim... Continuo vivo. Algumas pessoas perguntam-vos se Shekau tem duas almas. Não, só tenho uma alma, por Alá", disse, parecendo ler um texto.
Classificando de propaganda o anúncio da sua morte feito a semana passada pelos militares, o homem barbudo declara: "Sou o estudante islâmico cujo seminário vocês queimaram... Não estou morto".
Shekau referir-se-á à destruição da mesquita do Boko Haram na capital do estado de Borno, Maiduguri, em 2009.
Houve dois anteriores anúncios por parte das forças de segurança da Nigéria de que Shekau estava morto, o primeiro em 2009, depois de distúrbios em Maiduguri, e o segundo em 2013.
Após cada um dos anúncios, o Boko Haram divulgou mensagens vídeos negando as alegações.
