Em causa está um plano de investimento liderado pela empresa de domínio público Angola Cables, prevendo a instalação de uma ligação de comunicações submarina entre Angola e o Brasil, denominada de Sistema de Cabo do Atlântico Sul, e outra entre o Brasil e os Estados Unidos, designada de Cabo das Américas.
Com seis mil quilómetros de extensão, o cabo que ligará Luanda (Angola) a Fortaleza (Brasil) deverá estar operacional em 2015 e será composto por quatro pares de fibra com uma capacidade de transmissão de dados de 40 Tbps (terabits por segundo).
O segundo cabo, apresentado já este mês no Brasil, vai ligar as cidades de Santos e Fortaleza com Boca Raton, na Florida (Estados Unidos da América), com cerca 10.556 quilómetros de comprimento e seis pares de fibra, com uma capacidade de 64 Tbps.
Este segundo projeto, que segundo informação da Angola Cables "vem sustentar as necessidades correntes dos utilizadores da América Latina", será construído e operacionalizado em conjunto com a Algar Telecom (Brasil), Antel (Uruguai) e a Google, devendo estar operacional em 2016.
Para avançar com os dois investimentos, a Angola Cables contraiu um empréstimo junto de dois bancos em Angola, alvo de uma garantia bancária emitida pelo Estado angolano, autorizada por despacho presidencial, no valor de 260 milhões de dólares (205 milhões de euros).
Na mesma autorização, assinada por José Eduardo dos Santos, sublinha-se que os dois projetos tecnológicos de fibra ótica, submarinos, "visam aumentar a capacidade de conectividade internacional, para e a partir de Angola", e que "reduzem os custos das ligações internacionais, fomentando, também, a expansão e a competitividade do setor das Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola".
Além disso, é determinado que o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação angolano "deve impulsionar e acompanhar a implementação" destes projetos.
A Angola Cables foi criada em 2009 com o objetivo de "transformar Angola num dos principais eixos africanos de telecomunicações". É maioritariamente detida pela Angola Telecom (51 por cento), contando ainda com a Unitel (31%), a Mstelecom (9%), a Movicel (6%) e a Startel (3%) na sua estrutura acionista.