Japão planeia reduzir incentivos para desenvolvimento da energia solar

O Governo japonês vai introduzir reformas no plano de apoio às energias renováveis devido ao encarecimento da eletricidade, o que poderá levar à retirada de importantes incentivos para a energia solar, informa hoje o jornal Nikkei.

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Lusa
16/10/2014 04:34 ‧ 16/10/2014 por Lusa

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Atualmente, o Japão aplica um sistema de apoios que aumenta artificialmente os preços das energias verdes, sobretudo a solar, um método que tem dado diferentes resultados devido à limitada capacidade de produção das elétricas que apostam nas fontes alternativas.

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria realizou, na quarta-feira, uma reunião durante a qual foram assinalados os "defeitos" do sistema e se propuseram reformas ao plano estatal sobre energias renováveis, de acordo com o jornal económico que cita fonte oficial.

Em concreto, o Executivo prevê um novo quadro legal que permitirá às maiores elétricas comprar os excedentes de produção de empresas com menor capacidade.

Além disso, em 2015, vão ser reduzidos os preços fixados para a venda de energia solar com vista a torná-los mais competitivos, já que, na perspetiva do Governo, os montantes atuais provocaram uma "bolha" no setor.

A eletricidade produzida em centrais fotovoltaicas é faturada atualmente a 32 ienes por kWh (0,23 euros), um preço dez vezes superior ao fixado para a energia eólica.

O novo plano também vai incluir limites para as faturas da eletricidade de que beneficiam empresas e habitações, as quais sofreram um aumento devido às ajudas às renováveis e ao encarecimento da energia em geral após o apagão nuclear em todo o país na sequência do acidente de Fukushima em 2011.

Outra medida contemplada no plano passa por limitar a construção de grandes centrais solares, o que, com as anteriores reformas, poderá acarretar perdas para as empresas do setor, como as nipónicas Orix ou a Sharp, e outras estrangeiras que recentemente iniciaram atividade no Japão.

Algumas das empresas estão já a diversificar os seus investimentos noutras fontes de energia renováveis que ainda contam com incentivos estatais, como a geotérmica ou a biomassa.

A catástrofe nuclear de 2011 colocou em xeque o modelo energético do Japão, dependente até então em cerca de 30% das centrais nucleares, substituídas pela importação de combustíveis fósseis que fez disparar o défice comercial do Japão e os preços da eletricidade.

O contributo das renováveis para a produção de energia elétrica antes do acidente em Fukushima era inferior a 10%, uma percentagem que tem crescido desde então graças à mudança da legislação para incentivar este tipo de fonte de energia.

No mais recente plano básico de energia, aprovado em abril, o Governo decidiu prosseguir com a reativação das centrais nucleares e prometeu elevar o uso de renováveis, embora sem fixar qualquer objetivo em concreto.

 

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