Em declarações à Lusa, o delegado de candidatura da Renamo afeto a Nicoadala, o deputado Luís Gouveia, imputou a responsabilidade ao técnico de informática que, no intervalo para o almoço, alterou a ordem do sistema do posicionamento dos candidatos.
"Quando regressámos, começámos a lançar os dados, mas os votos que eram do presidente Afonso Dhlakama começaram a ir para Filipe Nyusi (da Frelimo)", disse Luís Gouveia.
O responsável assinalou que a troca de ordem, por razões informáticas, implicou a alteração do posicionamento na contagem provisória dos votos, que "antes era favorável ao candidato da Renamo".
Luís Gouveia assegurou que já fez chegar o caso aos órgãos eleitorais ao nível daquele distrito da província da Zambézia.
Contactado pela Lusa, o porta-voz do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Lucas José, disse desconhecer a situação, mas assegurou que "tudo está a correr bem", após estabelecer contactos com o órgão eleitoral do distrito.
Em declarações à Lusa, o diretor do STAE em Nicoadala, Magalhães Manuel, afirmou que não se tratou de erro informático, mas de uma alteração da ordem dos nomes dos candidatos durante o resumo que se faz no ato de processamento dos votos.
"Depois de lançarmos os dados nós resumimos, enquanto esperamos outros editais para sabermos quantas mesas processamos", explicou Magalhães Manuel, assinalando que "tudo está a correr perfeitamente".
A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, apontou o alegado enchimento de urnas, desaparecimento de cadernos eleitorais, não abertura de urnas e intimidação de eleitores como supostos ilícitos que levaram o movimento a não aceitar uma eventual derrota.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados na quarta-feira para escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.