"A França deve ter sistemas de controlo que não devem ser simplesmente controlos aéreos, mas sim controlos sobre todos os meios de transportes, mesmo marítimos. "Isto é o que colocaremos em prática", declarou Hollande, numa conferência de imprensa à margem da Cimeira Europeia, que se realiza em Bruxelas.
O presidente francês pediu que não se caia "nem no catastrofismo e nem na inação" face à epidemia.
"O catastrofismo provoca o pânico (...), devemos curar o Ébola na África e por todo o mundo, mas é preciso também não cair na inação", acrescentou, sublinhando que é "uma epidemia que está a progredir a um ritmo geométrico".
No plano europeu, declarou que a União Europeia (UE) deve "não somente financiar, não somente colocar profissionais com capacidade para intervir, mas também deve possibilitar meios de evacuação".
Hollande lembrou que a França está mobilizada na Guiné-Conacri, onde deve abrir um terceiro centro de tratamento, assim como um outro dedicado especificamente "aos cuidadores guineenses".
A epidemia do Ébola já fez cerca de 4.900 mortos e houve cerca de dez mil casos registados da doença, que "continua em progressão exponencial" na Libéria, Serra Leoa e Guiné Conacri, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Um primeiro caso de Ébola foi registado quinta-feira em Nova Iorque, que atingiu um médico que voltou da Guiné-Conacri, onde lutou contra o vírus nas fileiras dos Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Um primeiro caso também foi identificado no Mali, proveniente da vizinha Guiné-Conacri.
Na França, segundo o instituto francês de vigilância sanitária (InVS), sobre um total de 480 "sinalizações" por Ébola listados desde junho na França, 17 casos foram classificados como "casos possíveis", mas nenhum deles apresentou resultado positivo.