Para se financiar e conseguir um grande efeito propagandístico, seis espanhóis que trabalhavam ao serviço do Estado Islâmico tinham traçado um plano de sequestro de narcotraficantes em Marrocos, para depois pedir avultadas quantias de dinheiro pelo resgate dos reféns.
O plano foi descoberto pelas autoridades espanholas, que passaram a ‘pente fino’ os computadores e documentos que estavam nas mãos dos seis islamitas detidos em maio, de acordo com o El País.
Além de sequestrar alguns dos maiores traficantes de droga de Marrocos – o plano deveria repetir-se na cidade espanhola de Melilla (situada no norte de África) e em Ceuta – os homens que obedeciam a ordens vindas da Síria e do Iraque tinham um inventário de casas pertencentes a traficantes, a quem planeavam roubar fortunas.
A venda de carros roubados, droga, ouro e diamantes e a falsificação de cartões de crédito eram, até aqui, as mais conhecidas táticas de financiamento da jihad. É por isso que a descoberta deste inovador plano preocupa tanto os serviços de inteligência espanhóis, que temem que a estratégia possa ser posta em prática tanto em Espanha como no resto da Europa, vitimizando não só traficantes como quaisquer opositores ao Estado Islâmico.
“O que mais nos surpreende é que planearam um sequestro, algo que até agora não haviam feito e de que não suspeitávamos”, contou uma fonte das autoridades espanholas ao jornal El País. “Queriam sequestrar traficantes em Marrocos, mas não descartamos a hipótese de que a intenção futura possa ser fazê-lo aqui. Porque haveriam de sequestrar apenas em Marrocos?”, questionou.