Francisco falava no Vaticano diante dos participantes no Encontro Mundial de Movimentos Populares, reunião que vai debater até quarta-feira temas como a pobreza e a exclusão social.
O encontro conta com a presença de representantes de movimentos de trabalhadores precários, de imigrantes, de trabalhadores rurais sem terra e de povos indígenas. O Presidente da Bolívia, Evo Morales, também está a participar na reunião internacional.
"O nosso encontro responde a um desejo muito concreto (...) que devia ser acessível a todos mas que infelizmente continua a estar longe para a maioria: uma terra, um teto e um trabalho", referiu o pontífice.
A propósito deste pensamento, Francisco afirmou que já foi considerado "comunista" em algumas ocasiões, classificação que rejeita.
"Uma terra, um teto, um trabalho (...) são direitos sagrados. Reclamá-los não é inédito, é a doutrina social da Igreja", reforçou.
Francisco salientou igualmente a importância dos movimentos de trabalhadores na defesa dos direitos dos excluídos.
Encorajando aqueles que querem "colocar a dignidade do homem no centro" e "construir estruturas sociais alternativas" com base nesse princípio da dignidade, o papa advertiu, no entanto, para possíveis desvios.
"Devemos fazê-lo com determinação, mas também com inteligência. Com tenacidade, mas sem fanatismo. Com paixão, mas sem violência", concluiu.