O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, disse esta semana que Moscovo vai reconhecer os resultados das eleições nas regiões separatistas pró-russas de Lugansk e Donetsk.
"Esperamos que as eleições se realizem como previsto e reconheceremos naturalmente os seus resultados", disse Lavrov a um jornal russo.
"As declarações de responsáveis russos segundo as quais a Rússia reconhecerá as supostas eleições mostram que a Rússia prossegue os seus esforços para desestabilizar a Ucrânia", afirmou Jens Stoltenberg num comunicado.
"Os aliados da NATO, e a comunidade internacional em geral, indicaram claramente que não vão reconhecer essas supostas eleições separatistas", acrescentou.
Tal como manifestaram anteriormente a ONU, a União Europeia e reiteraram hoje a Ucrânia, Alemanha e França, o secretário-geral da NATO considerou o voto "organizado por grupos rebeldes armados" vão "prejudicar os esforços desenvolvidos para encontrar uma solução para o conflito".
Estas eleições, afirmou, "violam as leis ucranianas e estão em contradição direta com os acordos de Minsk" que preveem um cessar-fogo seguido de negociações políticas.
Os separatistas pró-russos do leste da Ucrânia realizam eleições no domingo para escolher os líderes e os parlamentos regionais, uma votação considerada ilegal e contrária ao acordo de paz por Kiev, pela União Europeia (UE) e pela ONU e reconhecida apenas pela Rússia.
O acordo de cessar-fogo assinado em setembro na Bielorrússia previa a convocação de eleições locais nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk para 07 de dezembro, mas, no final de setembro, os dirigentes das duas autoproclamadas "repúblicas populares" recusaram quaisquer eleições organizadas por Kiev em territórios que controlam.
Recusando o "estatuto especial" que lhes foi concedido por Kiev e reafirmando a independência que proclamaram unilateralmente em abril, os líderes de Donetsk e Lugansk anunciaram que organizariam eleições locais a 02 de novembro e boicotariam as legislativas de 23 de outubro.