Desde que em junho o Estado Islâmico (EI) se autoproclamou um califado, que o mundo tem ficado a conhecer melhor a brutalidade aplicada no terreno pelos membros do EI.
Numa altura em que uma coligação que envolve curdos e iraquianos no terreno, apoiados por ataques aéreos ocidentais, tenta controlar os avanços do grupo, Richard Barrett considera que as principais dificuldades para os jihadistas estão no interior do território que controlam.
Num estudo, desenvolvido por este especialista em terrorismo do MI6, é referido que o desafio maior passará por controlar dissidências num território onde vivem cerca de 6 milhões de pessoas. Barrett analisou as movimentações no terreno, a origem do grupo, o financiamento, bem como a aposta nas redes sociais de um grupo que terá entre 20 mil e 31.500 jihadistas no terreno.
Assumindo agora a sua identidade de Estado, o ISIS, como também é conhecido o grupo, conseguiu “explorar” a “sede de mudança” em países – Iraque e Síria – devastados por conflitos violentos. No entanto, “no mundo atual”, diz, não será fácil “limitar o acesso à informação e suprimir a faculdade de pensar”.
No estudo, a que o Observer teve acesso e de que o The Guardian dá conta, é referido que os desafios socioeconómicos serão grandes e que a opressão jihadista, “hostil” aos individuos, tem afastado profissionais das escolas e hospitais. A administração do território poderá, assim, ser um fator essencial para que o Estado Islâmico comece a ‘quebrar’, precisamente no interior do seu território.