Cabo-Verde nega aval para protocolo com central local e UGT de Portugal

O Governo de Cabo Verde negou dar o aval a um protocolo de cooperação entre uma central sindical cabo-verdiana e outra portuguesa, alegando que o que está em causa é da competência governamental, noticia hoje a imprensa local.

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Lusa
22/11/2014 ‧ 22/11/2014 por Lusa

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Cooperação

Segundo a edição "online" do jornal A Semana, a recusa, inédita, do Ministério das Relações Exteriores cabo-verdiano causou "estranheza" ao presidente da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde - Central Sindical (UNTC-CS) e ao secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT) de Portugal.

O acordo, que deveria ter sido assinado sexta-feira no Mindelo (ilha cabo-verdiana de São Vicente), visa construir um centro de formação profissional para turismo e hotelaria no terreno circundante às instalações da sede local da UNTC-CS e ajudar a implementar uma sala multiuso de tecnologia e informática para os trabalhadores.

"Desde o início que não compreendemos as razões do Ministério do Trabalho de Cabo Verde em relação ao memorando, que teve o aval dos institutos de Emprego de Formação Profissional dos dois países e foi homologado pelos respetivos ministérios de Emprego", salientou o líder da UNTC-CS, Júlio Ascensão Silva.

"Já o Ministério das Relações Exteriores de Cabo Verde colocou inicialmente o problema do tempo alegadamente para analisar e refletir sobre os conteúdos do documento que lhes foi apresentado na segunda-feira", acrescentou.

Sexta-feira, disse, foi, tal como Carlos Silva, homólogo da UGT, "surpreendido" com a comunicação do MIREX, em que é indicado que o memorando só pode ser assinado entre os dois institutos de formação de Portugal e de Cabo Verde e que exclui do processo as duas centrais sindicais, que considerou apenas "promotoras do projeto".

"É algo que não compreendemos. Vamos procurar saber junto do Governo o que efetivamente se passa. Não vamos desistir. Vamos fazer de tudo para que possamos concretizar este objetivo. Neste momento, só vamos assinar um termo de compromisso bilateral entre a UNTC-CS e a UGT", afirmou Ascensão Silva.

Por seu lado, Carlos Silva, citado no A Semana, disse também ter "estranhado" o sucedido e, na mesma linha de pensamento do líder da UNTC-CS, garantiu que vai fazer tudo para que os dois sindicatos não sejam excluídos do projeto.

"Estranhamos a questão, que coloca em causa as expectativas dos trabalhadores de São Vicente. Este apoio é importante porque os trabalhadores melhoram as suas qualificações profissionais", salientou.

"O mercado de trabalho, com a taxa de 16% de desemprego que existe em São Vicente, exige que os sindicatos tenham de participar neste esforço pelo emprego em Cabo Verde", acrescentou Carlos Silva.

Para Carlos Silva, a decisão do Governo "compromete a rapidez e celeridade" que as duas centrais sindicais queriam impor ao projeto que servirá os trabalhadores mais jovens com capacidade de se formarem em áreas como o Turismo e a Hotelaria.

"Não pomos em causa a decisão do Governo, mas foi pena não concretizarmos hoje a expectativa criada junto dos sindicatos e dos trabalhadores da ilha", sublinhou, mostrando-se convicto de que, a qualquer momento, o impasse será ultrapassado.

"Não me passa pela cabeça que a UGT e a UNTC-CS fiquem fora do processo. Vamos resolver este problema com o Governo e a UGT vai continuar com o protocolo. Ninguém vai correr connosco de um protocolo de cooperação", avisou.

 

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