A conclusão consta num livro publicado pelos cem pesquisadores que fizeram o inventário da flora e da fauna ao longo do troço da obra de transposição do rio, vinculados à Universidade Federal do Vale do São Francisco, no estado de Pernambuco, e contratados pelo Governo brasileiro.
O rio, que cruza o Brasil de sudeste a nordeste, entre os estados de Minas Gerais e de Pernambuco, tem a foz em Alagoas, no oceano Atlântico. As obras de mudança do fluxo de parte do seu leito visam combater a seca que afecta o sertão do nordeste do país.
O biólogo José Alves de Siqueira, citado pela "Folha de São Paulo", afirmou que a extinção inexorável do rio deve-se à "profunda" desflorestação da vegetação ribeirinha às quatro barragens construídas, que afectaram a quantidade de peixes que subiam os seus rápidos para se reproduzirem.
Alves de Siqueira disse que não consegue fazer "um cálculo preciso" de quanto tempo o rio ainda possui antes de desaparecer. O biólogo afirmou também que foram encontradas 62 espécies exóticas invasoras no rio, que podem causar a destruição das espécies nativas.