Situação na ilha do Fogo é de catástrofe

O primeiro-ministro de Cabo Verde considerou hoje que a ilha do Fogo já vive uma situação de catástrofe, na sequência das sucessivas erupções vulcânicas que ocorrem desde domingo na conhecida precisamente por "ilha do vulcão".

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Lusa
27/11/2014 22:25 ‧ 27/11/2014 por Lusa

Mundo

Primeiro-ministro

Falando aos jornalistas após uma reunião com responsáveis municipais, forças de segurança e proteção civil em São Filipe, "capital" foguense, José Maria Neves indicou que o vulcão do Fogo, que "acordou" após 19 anos de "adormecimento", continua "imprevisível", tantos são os altos e baixos das atividades sísmicas e magmáticas.

"Neste momento estamos numa situação de catástrofe e, havendo esta situação, temos é de continuar com o trabalho da Proteção Civil. Desde o primeiro momento que se declarou a situação de contingência, aqui (no Fogo) e na Brava", afirmou.

"Vamos ter de monitorar cientificamente o vulcão para estabelecer cenários numa base diária. Já houve aumentos e diminuições da atividade sísmica e da emissão de lavas. As coisas vão acontecendo com altos e baixos e não podemos ter ideias muito precisas", acrescentou.

José Maria Neves garantiu, porém, que a proteção civil está no terreno e a trabalhar de perto junto dos que, em Portela, a principal e a mais afetada povoação da zona de Chã das Caldeiras, guardam os seus pertences nas encostas, após esventrarem as respetivas casas, após mulheres, crianças e idosos terem sido retirados da povoação.

"Há muitas crianças, por exemplo, temos de lhes reforçar a dieta alimentar, de garantir que continuam nas escolas e jardins de infância e de criar as condições de terem alguma recreação e de viverem com mais dignidade. Temos gente de idade também. O trabalho vai continuar no terreno", assegurou.

O primeiro-ministro cabo-verdiano, que falava aos jornalistas antes da nova e maior erupção registada desde domingo, adiantou que o Governo está já a elaborar um plano de médio e longo prazo para toda a zona próxima do vulcão.

"Vai haver uma destruição de Chã das Caldeiras e teremos de realojar as pessoas depois da fase de emergência, trabalho que vai ser feito imediatamente", disse.

Sobre as ajudas externas, José Maria Neves adiantou que haverá sexta-feira de manhã uma reunião, já na Cidade da Praia, que juntará Governo, a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ulrika Richardson-Golinski, e com o corpo diplomático acreditado no arquipélago e agências de cooperação.

"A reunião servirá para discutirmos novos apoios para a população da ilha do Fogo. As câmaras municipais vão abrir contas bancárias para que se canalizem todas as ajudas, de toda a parte de Cabo Verde e da diáspora" e também do exterior", disse.

O primeiro-ministro cabo-verdiano destacou ainda a chegada de técnicos espanhóis ao Fogo, ligados ao Instituto Tecnológico das Energias Renováveis das Canárias, para medir a toxicidade do ar, devido à elevada quantidade de dióxido de carbono e de dióxido de enxofre no ar.

"Depois saberemos que medidas teremos de tomar relativamente aos gases que estão a ser emitidos. Constatamos hoje que há uma grande influência no Fogo e eventualmente na Brava", concluiu.

Até agora, a erupção vulcânica provocou danos materiais graves em Chã das Caldeiras, mas não vítimas humanas.

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