"Na Nigéria, um atentado causou mais de 120 mortos à saída de uma mesquita, isto é o que é capaz de fazer uma seita como o Boko Haram, é por isto que devemos lutar juntos, lutar sempre contra o terrorismo", declarou François Hollande diante de uma plateia de dirigentes africanos na Cimeira da Francofonia.
O atentado mostra também que "em termos de segurança, nos devemos unir contra a barbárie, contra os riscos do fundamentalismo, nomeadamente no Sahel, em África", adiantou.
"No Mali, mostrámos que podíamos vencer o terrorismo, o fundamentalismo, a barbárie (...) Mostrámos que podíamos lutar pela reconciliação", disse Hollande, lembrando a intervenção militar francesa lançada em janeiro de 2013 no país para ajudar a combater os grupos islamitas armados que ameaçavam a sua integridade.
Com aquela intervenção, a França mostrou que "podia estar ao serviço da segurança de África" e "pagou a sua dívida em relação aos soldados senegaleses que vieram libertar a França", durante as duas guerras mundiais.
O atentado suicida que causou 120 mortos no norte da Nigéria teve como alvo a grande mesquita de Kano, ligada a um dos principais líderes muçulmanos do país, o emir Muhammad Sanusi II, que na semana passada instigou os nigerianos a pegarem em armas e a lutarem contra o grupo extremista ao qual é atribuído o ataque.
O Boko Haram pretende instaurar um estado islâmico no norte da Nigéria, maioritariamente muçulmano ao contrário do sul de maioria cristã, e já causou este ano mais de 3.000 mortos, segundo dados do governo nigeriano.