O momento de coragem de Tugce terminou numa bárbara morte, num parque de estacionamento em Offenbach, perto de Frankfurt. A Alemanha acordou primeiro para o horror de uma ‘heroína’ do dia-a-dia, uma jovem mulher que decidiu não desviar o olhar e optou por ajudar duas rapargas que estavam a ser vítimas de assédio. Agora, a violência de género e a passividade de outros intervenientes são debatidos num clima de consternação.
A jovem acabou morta na sequência de um murro que fez com que a sua cabeça embatesse numa pedra. Terá sido esta última pancada que a matou. O agressor é um jovem de 18 anos, entretanto detido. A edição inglesa do Deutsche Welle conta que as autoridades ainda procuram as duas miúdas que Tugce ajudou. Poderão ser testemunhas determinantes para o caso.
A cadeia de fast-food onde o caso decorreu já viu a imagens de videovigilância e defendeu entretanto os seus empregados, sugerindo que a decisão inicial, de não intervir, foi mesmo a mais adequado. Mas o mesmo Deutsche Welle realça que a morte e Tugce casou outro debate maior, entre alemães.
Das ruas para os meios de comunicação social, a pergunta tem sido a mesma, acrescenta o mesmo jornal: o que faria no lugar de Tugce? Muito questionam se eles próprios, na Alemanha dos nossos dias, teriam a coragem de agir, correndo o risco que a jovem correu – e que se veio a provar fatal.
Tugce A. faria 23 anos este fim-de-semana. Os médicos já tinham adiantado que não poderiam fazer muito mais. Os pais da jovem optaram por dar ordem para desligar as máquinas, no dia de aniversário da filha.