"Um forte compromisso com a Europa e um amplo apoio entre os eleitores gregos e líderes políticos para o necessário processo de reformas favoráveis ao crescimento será essencial para a Grécia prosperar novamente dentro da zona euro", disse o comissário europeu dos Assuntos Económicos, o francês Pierre Moscovici, citado em comunicado.
O parlamento da Grécia voltou hoje a não conseguir eleger um Presidente, pela terceira vez, o que abriu caminho à realização de eleições antecipadas, que deverão realizar-se a 25 de janeiro.
O candidato apresentado pelo Governo, o ex-comissário europeu e várias vezes ministro grego Stavros Dimas, obteve o voto favorável de 168 dos 300 deputados, menos 12 do que os 180 necessários para ser eleito.
Nas duas anteriores votações, em que era necessário o apoio de dois terços dos deputados, ou seja 200, Dimas obteve 168 votos na segunda, realizada a 23 de dezembro, e 160 na primeira, a 17 de dezembro.
A Constituição da Grécia estipula que a não eleição do Presidente ao fim de três rondas implica a dissolução do parlamento nos próximos 10 dias e a convocação de eleições legislativas antecipadas.
Segundo a sondagem mais recente, divulgada no domingo, o partido de esquerda Syriza é o favorito, com uma vantagem de 2,4 pontos percentuais sobre a Nova Democracia, do primeiro-ministro Antonis Samaras.
Vários responsáveis europeus alertaram nos últimos dias os eleitores gregos para o risco de um futuro Governo abandonar as reformas económicas no país.
O francês Pierre Moscovici esteve em meados de dezembro em Atenas, capital da Grécia, numa visita sobre o fim do programa de resgate, mas que foi entendida como não escondendo as preferências de Bruxelas para as eleições presidenciais que então decorriam.
Já antes o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, tinha provocado polémica ao dizer, na televisão pública austríaca ORF III, que "não gostava que forças extremas chegassem ao poder" na Grécia e que gostaria de "rever caras familiares".
"Gostaria que a Grécia fosse governada por pessoas que tenham um olhar e um coração para os pobres na Grécia, e que são numerosos, mas que também compreendam a necessidade dos processos europeus", afirmou, sem qualquer referência direta ao Syriza.