O avião da Malaysia Airlines desapareceu em março deste ano, há quase 10 meses, com 239 pessoas a bordo. O MH370, que fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, parecia ter desligado os seus transmissores de forma intencional, os pilotos pararam de fazer comunicações via radio e o aparelho fez um desvio fora do planeado, antes de viajar durante horas até, finalmente, terem desaparecido todos os sinais da sua existência.
Este não foi o caso do voo QZ8501, da Air Asia, cujos pilotos mantiveram contacto constante devido às condições atmosféricas, não deixando grande margem para teorias relacionadas com terrorismo. Esta é a primeira diferença: não existem tantas dúvidas em relação ao momento em que o aparelho desaparece.
Em segundo lugar, as águas onde desapareceu o avião da Air Asia estão num local com acesso muito mais facilitado do que as águas extraordinariamente profundas onde deverá ter caído o MH370.
No caso do avião desaparecido em março, o local onde se acredita estarem os destroços é inóspito e algumas zonas nunca foram sequer mapeadas, ao passo que o avião da Air Asia deverá ter caído numa zona utilizada regularmente para viagens comerciais.
Outra diferença assenta na preparação dos governos e das companhias aéreas para um caso desta natureza. Se, aquando o desaparecimento do aparelho da Malaysia Airlines, as primeiras horas foram de intensa confusão, com informações contraditórias e confusas, agora parece existir um alinhamento entre as duas entidades.
Em último lugar, dado que existe informação mais precisa sobre o local onde o avião estava quando o último contacto foi feito e dado que a área de buscas é mais acessível e mais pequena, não é provável que o DZ8501 esteja desaparecido durantes meses, como o caso do MH370.
“É muito improvável que vamos assistir a algo remotamente parecido com o que vimos com o avião MH370”, dizem os analistas à mesma publicação.