Segundo divulgou hoje o diário israelita Haaretz, o Estado hebraico decidiu congelar a transferência dos impostos que cobra a favor dos palestinianos, em retaliação contra o pedido de adesão da Palestina ao Tribunal Penal Internacional (TPI) e a intenção de apresentar queixa por crimes de guerra contra Israel.
"É um novo crime de guerra israelita e nós não recuaremos perante as pressões", reagiu Saeb Erakat, chefe da equipa palestiniana envolvida nas negociações com Israel.
Em causa estão 106 milhões de euros relativos ao IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) e aos direitos alfandegários sobre mercadorias que passaram por Israel antes de chegarem aos territórios palestinianos.
"Os fundos do mês de dezembro deviam ter sido transferidos na sexta-feira, mas decidiu-se fazer só metade da transferência, em resposta à decisão palestiniana" de pedir a adesão ao TPI, disse uma fonte oficial israelita não identificada pelo jornal Haaretz.
Israel já utilizou a suspensão dos pagamentos aos palestinianos para manifestar desagrado em ocasiões anteriores, como aconteceu em novembro de 2012, quando os palestinianos as Nações Unidas reconheceram a Palestina como Estado não-membro.
As receitas fiscais constituem dois terços do orçamento anual da Autoridade Palestiniana, excluindo a ajuda externa.