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Islamofobia representa "séria ameaça" na Europa

O Presidente da Turquia considerou hoje que a União Europeia (UE) deveria combater a islamofobia na sequência dos recentes e crescentes protestos antimuçulmanos, em vez de "tentar dar uma lição à Turquia".

Islamofobia representa "séria ameaça" na Europa
Notícias ao Minuto

15:32 - 06/01/15 por Lusa

Mundo Erdogan

Num discurso em Ancara perante os embaixadores turcos colocados no exterior, Erdogan apelou à concretização de uma política externa assertiva em representação de uma "nova Turquia" forte, autoconfiante e sob a sua liderança.

Numa nova referência à UE, o ex-primeiro-ministro turco eleito chefe de Estado nas eleições gerais de agosto, apelou ao bloco regional dos 28 Estados-membros para "reverem a sua política face à Turquia", após considerar que a Europa continua a bloquear o processo de adesão do país, desencadeado em 2005.

"É lamentável que a UE continue a tentar dar uma lição à Turquia em vez de tentar concentrar-se nas ameaças muito sérias que enfrenta", disse.

O líder do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamita-conservador e no poder desde 2002) disse que as mobilizações racistas e a islamofobia estão em ascensão na Europa, e criticou a crescente simpatia de várias organizações racistas em diversas sociedades ocidentais "e a cada dia que passa".

"A islamofobia, um fenómeno sobre o qual sempre chamámos a atenção, representa uma séria ameaça na Europa".

"Caso estas questões não sejam abordadas hoje de forma séria, e se o populismo manietar os políticos europeus, a UE e os valores europeus estarão em cheque", disse.

As declarações de Erdogan surgiram um dia após o controverso grupo alemão PEGIDA ter mobilizado milhares de pessoas numa nova manifestação em Dresden contra o que define como "islamização do ocidente".

De acordo com a agência noticiosa AFP, Erdogan disse ainda aos embaixadores que a Turquia deve projetar-se a si própria como um grande país.

"A Turquia não é um país a quem alguém possa apontar o dedo com arrogância. Os que praticam esses hábitos devem abandoná-los (...) e devem entender que estão a lidar com uma nova Turquia, uma grande Turquia, com a sua economia, democracia e política externa", concluiu.

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