O alerta foi feito por Manuel Tangir, diretor de Segurança de Baruta, um dos cinco municípios que compõem a cidade de Caracas e onde estão radicados um número importante de cidadãos portugueses, dedicados a várias atividades comerciais.
"Detetámos um aumento deste tipo de delitos na zona Metropolitana. Falamos de três a quatro quadrilhas de quatro a seis indivíduos, que de noite circulam em carrinhas de luxo e outros tipos de viaturas em que transportam as vítimas intercetadas", disse, sem avançar com dados sobre a quantidade de casos investigados pela polícia.
Em declarações à imprensa, em Caracas, aquele responsável explicou que os sequestradores circulam pelas estradas, aproveitando o facto de nesta altura do ano a mobilização ser rápida e haver pouco trânsito, pelo que as autoridades instalaram várias barreiras de controlo policial nos acessos à autoestrada de Prados de Leste (Baruta).
"É importante a colaboração dos cidadãos e é preciso evitarem-se situações de risco. É necessário que denunciem e procurem apoio dos organismos (policiais) nacionais e confiem nas autoridades", frisou, vincando que o pagamento de um resgate é delito na legislação venezuelana.
"Cada pagamento (de resgate) financia uma estrutura criminosa, cada pagamento que se faça dá mais força para que outra pessoa seja vítima, e isso lamentavelmente é uma cadeia que está a crescer e se converte numa bola de neve", disse.
Na Venezuela, a insegurança, e dentro das qual os sequestros, é apontada pelos cidadãos como um dos principais problemas do país, afetando tanto por igual a cidadãos nacionais e estrangeiros radicados no país.
Apesar de não existirem estatísticas oficiais sobre a quantidade portugueses vítimas de rapto, fontes da comunidade lusa dão conta de que, em 2014, pelo menos três dezenas de luso-descendentes terão sido vítima de algum tipo de sequestro, nomeadamente o sequestro expresso ou de curta duração.